Projeto de Articulação Curricular –“Os Direitos
Humanos”
12ºB
e Profª Paula Magalhães
Apesar de assegurados, os direitos humanos foram
desrespeitados e de toda a forma ignorados. Por muitas décadas o peso das
grandes guerras assolava a vida e o quotidiano de cada família.
Na Itália tínhamos Benito Mussolini, uma das figuras chave
na criação do fascismo, abandonando qualquer estética democrática e
estabelecendo a sua ditadura totalitária, instalando assim o terror no país.
A obediência cega das massas obcecou, com efeito, a prática
fascista, avessa à vontade individual e ao espírito crítico. Por isso, os
ideais fascistas inculcavam-se
primeiramente nos jovens, já que as crianças, mais do que às famílias,
pertenciam ao Estado.
Ainda assim, Mussolini não conquistara o poder e já os
esquadristas semeavam o pânico com as suas "expedições punitivas".
Incendiavam e roubavam os sindicatos e as organizações políticas de esquerda,
cujos dirigentes abatiam ou, na melhor
das hipóteses, espancavam. Com a chegada de 1923, os esquadristas foram
reconhecidos oficialmente como milícias armadas do Partido Nacional- Fascista.
Receberam a designação de Milícia Voluntária para a Segurança Nacional,
cabendo-lhes vigiar, denunciar e
reprimir qualquer ato conspiratório. Idênticas funções competiam à polícia
política e muito a propósito apelidada de Organização de Vigilância e Repressão
do Antifascismo (OVRA).
Outro
exemplo dessas vivências aconteceu na Alemanha nazi com Hitler. O desrespeito
ia de humilhações públicas, como a estrela de David imposta pelo Estado à
população judaica, uma maneira de separar a população alemã e elevar a
credibilidade e superioridade da raça ariana. A ciência também tentava
comprovar que estes não eram dignos. Destas atrocidades resultaram mais de 60
milhões de mortos grande parte deles judeus, mas também prisioneiros de guerra,
opositores ao Estado, ciganos, aleijados e homossexuais, vítimas das câmaras de
gás e doenças como a sarna e o tifo em campos de trabalho forçado, concentração
ou extermínio, tratados como escravos e nunca reconhecidos como seres humanos.
De um ponto de vista mais próximo temos o Estado Novo de
Salazar em que basicamente o medo geria a vida das pessoas e encarregava-se de
“disciplinar” e “conter" a oposição ao governo. Diversas torturas, tais
como a tortura do sono e tratamentos desumanos capazes de ser comparados às
vivências da Alemanha Nazi era o comum na ditadura.
Instituições como o Tarrafal, o
Forte de Peniche e de Caxias guardam até hoje
nas paredes as memórias da desumanidade incitada por Portugal.
São diversas as obras literárias que
fazem alusão a este período mais cinzento de Portugal. O ano da morte de
Ricardo Reis, de José Saramago, é exemplo do que se disse. Esta passagem do
capítulo IX é bem o exemplo dos interrogatórios ameaçadores que eram conduzidos
pelos agentes da polícia do Estado: “[…] Esse é o seu engano, eu conheço muitos
nomes, Não direi nenhum, Muito bem, tenho outras maneiras de os saber, se for
preciso, Como queira, Havia militares entre essas suas amizades, ou políticos,
Nunca me dei com pessoas dessas, Nenhum militar, nenhum político, Não posso
garantir que não me tenham procurado como médico, Mas desses não ficou amigo,
Por acaso não, De nenhum, Sim senhor, de nenhum, Singular coincidência, A vida
é toda feita de coincidências, Estava no Rio de Janeiro quando se deu a última
revolta, Estava, Não acha que é outra coincidência singular ter voltado para
Portugal logo a seguir a uma
intentona revolucionária, Tão singular como estar o hotel de que sou hóspede
cheio de espanhóis depois das eleições que em Espanha houve, Ah, quer então
dizer que fugiu do Brasil, Não foi isso que eu disse, Comparou o seu caso com o
dos espanhóis que vieram para Portugal, Foi só para mostrar que há sempre uma
causa para um efeito, E o seu efeito, que causa teve, Já lhe disse, sentia
saudades do meu país, resolvi voltar, Quer dizer, não foi por medo que
regressou, Medo de quê, De ser incomodado pelas autoridades de lá, por exemplo,
Ninguém me incomodou nem antes nem depois da revolta, […]”
Na
URSS, no tempo de Estaline, verificou-se um desrespeito pelos direitos humanos.
Esta política teve como resultado
milhões de mortes devido à queda dramática da qualidade de vida dos cidadãos e
abriu um longo reinado de terror e traição, marcada em particular pelo Grande
Expurgo e por uma expansão dos campos de trabalho forçado dos Gulags.
Além disso, essa política vai tornar
a União Soviética, após a sua vitória contra os invasores nazistas, na segunda
superpotência mundial.
A
ONU (Organização das Nações Unidas),foi criada oficialmente no período pós
segunda guerra mundial, em 1945, no dia 24 de Outubro, por meio do documento de
fundação conhecido como Carta das Nações Unidas, em que os principais propósitos da organização são:
manter a paz e a segurança internacional, realizar a cooperação internacional
económica, social, cultural e humanitária, promovendo o respeito pelos direitos
humanos e pelas liberdades fundamentais, ser um centro destinado a harmonizar a
ação dos povos para a conservação desses objetivos comuns, todos eles
auxiliados pela Declaração Universal dos
Direitos Humanos que defende a liberdade, a justiça, a paz, a defesa dos
direitos fundamentais do Homem e a igualdade de direitos dos homens e das
mulheres.
O
seu sistema é formado por programas, fundos e agências especializadas, como por
exemplo, a UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância), a FAO (Organização
das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura) e a OMS (Organização
Mundial de Saúde).
Na
atualidade, a violência está presente em todos os segmentos da sociedade,
manifestando-se de diversas formas, e gerando impactos e consequências sociais.
A violência social é um facto universal que ronda todas as organizações
societárias, e é gerada pela fonte da marginalidade social, consequência de
diversos fatores que envolvem as relações sociais e de poder. Como exemplo
podemos dar a guerra, a violência de gangues, a violência doméstica, os
atentados a patrimónios públicos, a violação e as taxas de homicídios elevadas.
Embora
a história registe muitos acontecimentos de desrespeito absoluto pelos direitos
básicos e inalienáveis do ser humano e que ainda hoje esse desrespeito seja
notório em muitos lugares do mundo e em circunstâncias da vida quotidiana,
muito foi conquistado. Graças à atuação de homens e mulheres, inconformados com
um estado de coisas inaceitáveis e
indignas, a mudança acontece. E
são muitos os exemplos que podem ser apresentados. Gandhi, Nelson Mandela,
Martin Luther King, Rosa Parks, Aristides de Sousa Mendes, Malala Yousafzai, e
outros, ousaram desafiar a autoridade arbitrária de Estados injustos e lutaram
pela conquista de direitos iguais para todos. A maioria destes exemplos
encabeçaram movimentos pela defesa de direitos civis e pagaram com a vida, ou
parte dela, para que hoje gozemos de condições de vida mais dignas e sejamos
reconhecidos como iguais, independentemente da cor da pele, da religião, da
etnia, do sexo e da idade. Mas a luta
continua! É preciso ser vigilante e atuante, para que a tendência ao
conformismo não nos tire o discernimento moral e saibamos sempre tomar as
melhores decisões e respeitar os direitos que são de todos e cada um.
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